segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

China constrói megatorre para purificar o ar

© Reprodução torre-purificadora-ar

Na busca por soluções para enfrentar a poluição atmosférica, a China resolveu construir um purificador de ar do tamanho de um prédio na cidade de Xian, província de Shaanxi, no norte do país. A estrutura de 100 metros de altura, inaugurada no ano passado, ainda está em fase experimental, mas os primeiros resultados começam a aparecer.

Segundo pesquisadores do Instituto de Meio Ambiente da Terra na Academia Chinesa de Ciências, desde que a torre foi ativada no ano passado, foi possível verificar uma melhora na qualidade do ar ao longo de uma área de 10 quilômetros quadrados, relata o South China Morning Post.

O ar é sugado para dentro da torre e é aquecido nas estufas localizadas na sua base com ajuda da energia captada por painéis solares. Uma vez aquecido, o ar sobe pela torre e passa por uma série de filtros até ser expelido.

Depois de passar por esse processo, o ar apresenta uma redução de 15% no nível de partículas PM2,5, as menores e mais nocivas à saúde. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a China é o país mais mortal do mundo no quesito poluição do ar, um flagelo que reivindica um milhão de vidas em todo o país a cada ano.


Cautela
Em face disso, impossível não vibrar com o potencial que a tecnologia guarda. Mas calma lá. Alasrair Lewis, professor de química atmosférica no Centro Nacional de Ciências Atmosféricas da Universidade de York, nos Estados Unidos, pondera que o efeito “despoluidor” pode se diluir na atmosfera.

Isso aconteceria porque o ar que as pessoas respiram no nível da cidade está em constante movimentação dentro de uma camada atmosférica que chega a 1 quilômetro de altura. Um projeto precisa ser robusto o suficiente para dar conta do desafio. Pelos cálculos do pesquisador, a torre chinesa só limparia 0,01% do ar que circula na cidade.

“Trate com cautela particular qualquer estudo que reivindique uma breve intervenção local que tenha conduzido a reduções atribuíveis na poluição. Muitas vezes, há um forte desejo social e político de ver um efeito, mas a realidade pode ser decepcionante e a evidência muitas vezes não é conclusiva”, escreve Lewis no site de análise científica The Conversation.

Ele também sinaliza o fato dos dados do estudo chinês não serem públicos, o que dificulta a checagem dos resultados. Seja como for, os cientistas daquele país estão eufóricos com a torre purificadora e planejam uma nova estrutura de 500 metros de altura e 200 metros de largura, com estufas cobrindo 30 quilômetros quadrados, que segundo eles, poderia melhorar o ar de uma pequena cidade.

fonte
por Pâmela Carbonari
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário