quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Justiça determina prisão de 30 policiais civis por tráfico e ligação com PCC

SÃO PAULO - O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a prisão de 30 policiais civis que atuam na cidade de São José dos Campos, a 95 quilômetros da capital, acusados de tráfico de drogas por meio de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) afirmou que os mandados ainda estão sendo cumpridos e que os detidos serão levados ao Presídio da Polícia Civil. Além dos policiais, houve determinação da prisão de um ex-policial, uma advogada e quatro outros traficantes de drogas.

A acusação é resultado de uma investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que afirma ter identificado pagamentos de R$ 276,3 mil entre os anos de 2015 e 2017 para os policiais, que atuam em seis delegacias da zona sul da cidade. Mas a denúncia cita ainda casos em que traficantes presos eram "sequestrados" por policiais civis, que exigiam dinheiro para soltar criminosos presos. A decisão foi antecipada pelo site "UOL".

© Divulgação/MPSP Sede do Ministério Público de São Paulo.

A investigação, chamada "Boate Azul", se desenvolveu entre os meses de junho e novembro de 2016 e apurou a ação de integrantes do PCC no bairro Campo dos Alemães, em São José. O trabalho resultou no indiciamento de 29 pessoas, que agiam, de acordo com a investigação, de um homem chamado Lúcio Monteiro Cavalcante -- morto por policiais militares em março deste ano. Cavalcante já havia sido preso no Ceará por tráfico.

Após as ações da "Boate Azul", as investigações continuaram e o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) passou a apurar uma pista encontrada com dos subordinados de Cavalcante: uma anotação encontrada em abril do ano passado com nomes e valores pagos a policiais civis da cidade. A pista estava com José Aparecido Teles de Proença, acusado de tráfico preso em flagrante com 1,1 quilo de crack, uma pistola Glock e cerca de R$ 300 mil em dinheiro.

Na sequência, o Gaeco passou a grampear suspeitos. "As investigações levaram à identificação do envolvimento de policiais civis de São José dos Campos com traficantes de drogas e com o recebimento contínuo de valores (propina) e com esquema de lavagem (ocultação de patrimônio) de dinheiro originário do tráfico de drogas", diz a decisão que determinou as prisões, que ainda afirma que o esquema de tráfico "ostensivo" na região só ocorria por meio de um esquema "endêmico" de corrupção.

Entre os policiais que tiveram a prisão determinada, há agentes que atuam em delegacias especializadas da Polícia Civil, como o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e ainda a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), responsável justamente em combater o tráfico. Mas há também agentes lotados em outros locais da cidade, como a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

Os 30 policiais, todos eles identificados no processo, recebiam propina mensal ou quinzenalmente, de acordo com o MPE. O Estado tenta contato com todos os acusados.

Ao pedir a prisão da quadrilha, o MPE enviou à Justiça dez trechos de interceptações telefônicas em que traficantes citam, em conversas entre si, os pagamentos feitos a policiais civis. A denúncia cita ainda que, em uma diligência feita em um imóvel do traficante Cavalcante em Jacareí, cidade vizinha a São José, foram encontrados mais de 890 munições (balas) para as armas aprendidas no local (dois fuzis HK, um fuzil AR-15, duas espingardas e duas pistolas) e que "a maioria das munições pertencia a um lote adquirido pela Polícia Civil de São Paulo".

Sequestro. No texto, são citados ainda apelidos com os quais os traficantes identificavam os policias, como "Cabelo", "Pó", "Carequinha do Óculos", "Cobra", "Correria" e outros.

A denúncia descreve caso ocorrido em setembro de 2016, em que três dos policiais abordaram um traficante em flagrante e, no lugar de prendê-lo, exigiram R$ 10 mil da mãe do detido para liberá-lo sem nenhuma acusação. A conversa entre a mãe e outro comparsa do rapaz preso foi monitorada.

"Do diálogo entre ambos, verifica-se que estavam com dificuldades para reunir o montante exigido a título de resgate, pois tinham pago R$ 25 mil a outros policiais civis no dia anterior", descreve a sentença que determinou a prisão da quadrilha.

As prisões foram determinadas na quarta-feira e estão sendo cumpridas nesta quinta pela Corregedoria da Polícia Civil. O Estado não tem a confirmação se há foragidos. Por meio de nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública afirmou que "será instaurado procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta de 30 policiais da região de São José dos Campos que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça" e que "assim que os respectivos mandados forem cumpridos, os policiais serão encaminhados ao Presídio da Polícia Civil".

"A Polícia Civil esclarece que não compactua com desvios de condutas e todos os fatos serão devidamente apurados", diz a nota da secretaria.

por Bruno Ribeiro
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Caso de romena encontrada com filha após 10 anos presa em porão choca Itália

© BBC Romena de 29 anos foi encontrada pela polícia italiana trancada a chave em um porão sem água, luz elétrica ou sistema de esgoto | Fonte: polícia italiana

Um sequestro que durou dez anos, com centenas de episódios de violência e dois filhos frutos de estupros por parte do sequestrador chocou a Itália.

Uma romena de 29 anos foi encontrada pela polícia trancada a chave em um porão, sem água, luz elétrica ou sistema de esgoto, em Gizzeria, na Calábria. Ela estava com a filha de três anos.

O caso é semelhante a outros dois episódios que horrorizaram o mundo - o sequestro de Natascha Kampusch, que passou dez anos em um porão no subúrbio de Viena, e os 24 anos de cativeiro vividos por Elisabeth Fritzl, sequestrada e estuprada repetidas vezes pelo pai, Josef Fritzl.

Assim como as duas, a romena encontrada pela polícia italiana vivia trancafiada e em situação precária.

"Quando os agentes entraram, a jovem estava sentada no chão, com uma criança no colo, completamente no escuro, em meio a excrementos, insetos e ratos. Uma situação macabra, difícil de descrever", disse à BBC Brasil o capitão Pietro Tribuzio, comandante da Polícia Militar da cidade de Lamezia Terme, no sul do país.

A descoberta do cativeiro
A situação deplorável em que a mulher, que não teve a identidade revelada, era mantida foi descoberta quase por acaso.

Durante uma blitz de rotina, realizada no dia 9 de novembro, os policias de Gizzeria, município calabrês com menos de 5 mil habitantes, pararam Aloisio Francesco Rosario Giordano, de 52 anos, por dirigir em alta velocidade.

"Além das péssimas condições do automóvel, os policiais notaram uma criança dormindo no banco traseiro. A grande diferença de idade entre o homem e o menino de nove anos, que ele disse ser seu filho, o comportamento reticente e as respostas evasivas que fornecia suscitaram a suspeita dos agentes", contou Tribuzio.

© BBC Cativeiro tinha dezenas de objetos acumulados, restos de comida, latas com excrementos e um colchão no chão, onde a jovem dormia com os filhos | Fonte: Polícia italiana

"Ao levantarem sua ficha criminal, os policiais constataram que Giordano já havia sido condenado por sequestro e violência sexual, e decidiram segui-lo até a sua residência."

De acordo com o comandante, quando os policiais chegaram ao terreno, em uma localidade isolada e de difícil acesso de Gizzeria, o homem teria dito que a mulher e a filha deles de três anos não estavam em casa naquele momento.

Ainda segundo Tribuzio, os policiais então notaram a porta de um galpão trancada com corrente e cadeado, e ordenaram ao homem que a abrisse.

Segundo a imprensa local, Giordano escondia a chave dentro de seu carro. Ao abrirem a porta, os agentes encontraram um porão, descrito por eles como um local lúgubre: havia dezenas de objetos acumulados, restos de comida, latas com excrementos e um colchão no chão, onde a jovem dormia com os filhos.

Inicialmente a mulher teria afirmado viver naquelas condições de comum acordo com Giordano - e acabou transferida, com as duas crianças, para um hotel da cidade. Mas dias depois, após receber assistência psicológica, a vítima começou a relatar a violência a que teria sido submetida por dez anos.

Uma década de tortura
Os detalhes do período de cativeiro, revelados pela imprensa local, surpreendem pela crueldade do sequestrador.

Entre outras agressões físicas, a jovem contou ter recebido vários golpes na cabeça e cortes no órgão genital, e que os ferimentos eram costurados pelo homem com linhas de náilon, utilizadas para pesca.

A mulher teria dito ainda que os filhos também eram vítimas de agressões físicas, e que Giordano obrigava as crianças a insultar e a cuspir na própria mãe.

© BBC O 'banheiro' era um balde colocado em baixo de uma cadeira | Fonte: Polícia italiana

"As duas crianças nasceram no hospital de Catanzaro", disse o comandante da polícia à BBC Brasil. Depois do parto, a mulher teria sido impedida pelo sequestrador de voltar ao médico, e os pontos teriam sido retirados por ele mesmo, com uma pinça.

"O terreno onde o sequestrador mantinha a vítima e os filhos, herdado da mãe, era isolado e de difícil acesso, e isso o ajudou a mantê-la escondida por tanto tempo."

"Para não levantar suspeitas, quando os professores começavam a perguntar pela mãe do aluno, Giordano transferia o filho de nove anos de escola", contou Tribuzio.

Após o relato da vítima, o italiano foi preso no dia 21 de novembro. Em sua ordem de prisão, o juiz definiu as declarações do acusado como "não críveis, porque intrinsicamente inverossímeis, confusas e em parte contraditórias".

Esta é a segunda vez que Giordano é acusado formalmente de violência contra mulheres. Em 1995, ele foi condenado a cinco anos de prisão por sequestro, violência sexual e lesões corporais contra uma jovem de 23 anos.

Durante o processo, essa jovem contou ter sofrido dois abortos provocados pelo agressor e que era submetida a violência física, inclusive na presença da mulher de Giordano, uma cidadã marroquina com a qual o homem tem dois filhos.

© BBC Porta do galpão estava trancada com cadeado | Fonte: Polícia italiana

Como a vítima conheceu Giordano
A romena recém-libertada do cativeiro chegou à Itália em maio de 2007, quando tinha 19 anos, em busca de trabalho e de uma vida melhor.

Meses depois teria sido contratada por Giordano para cuidar de sua mãe doente - mas a mulher era, na verdade, sua esposa.

Aos policiais, a jovem contou que o percurso entre as cidades de Lamezia Terme, onde vivia, e Falerna (onde Giordano morava com a mulher) foi a última viagem serena da sua vida.

"Sem saber, eu estava indo de encontro com aquilo que se revelou um inferno", disse ela aos agentes.

Em sua defesa, o italiano afirmou que a jovem era livre para ir onde quisesse. Ele disse ainda que os dois se amam, mas que o relacionamento estava em crise.

"Ainda temos que aguardar o processo, mas os antecedentes criminais do homem, assim como as imagens da casa em total abandono, o extremo degrado em que a vítima e as crianças se encontravam, vivendo em meio a restos de comida e excrementos, e aquela porta fechada por fora dizem muito sobre o que ocorria lá dentro."

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Ministro do STF nega liberdade a Picciani e Paulo Melo

BRASÍLIA - O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou habeas corpus com pedido de liberdade aos deputados estaduais Jorge Picciani e Paulo Melo, do PMDB do Rio, alvos da Operação Cadeia Velha. Agora, o mérito será analisado pela 2ª Turma da Corte.

Ao contrário do que foi alegado pela defesa dos deputados, Toffoli argumenta na decisão que “não se faz possível vislumbrar ilegalidade no reestabelecimento da ordem prisional” e que não foram apresentados “elementos suficientes” para revogação da prisão. Ele também defende “cautela” na análise do caso, e lembra que existe um pedido de medida cautelar, pautada para julgamento em plenário do STF, sobre a decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que revogou a prisão dos envolvidos na Operação Cadeia Velha.

Jorge Picciani, presidente da Alerj, e Paulo Melo, deputado estadual e ex-presidente da Casa, foram presos por ordem do Tribunal Regional Federal (TRF-2) no dia 16 de novembro, em decorrência da operação Cadeia Velha, deflagrada no dia 14. Também foi detido o líder do governo Edson Albertassi — também do PMDB. Na última terça-feira, dia 28, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também negou liminar para soltá-los.

Depois da prisão do dia 16, os deputados foram soltos no dia seguinte, após a ordem de prisão ter sido submetida a votação da Alerj , como determina a lei sobre detenção de parlamentares. A Alerj, porém, expediu uma ordem de soltura diretamente ao presídio, sem passar pela Justiça. No dia 21, o tribunal regional federal mandou o trio de volta à cadeia pelos descumprimento dos ritos legais.

Em paralelo, o Tribunal de Justiça do Rio concedeu liminar ao Ministério Público estadual anulando os efeitos da sessão da Alerj que libertou os deputados, porque não foi cumprida a determinação de se abrir ao público as galerias da Alerj.

Na decisão, Toffoli destaca que “os fatos emanados pela Casa Legislativa constituem flagrante sinal de desarmonia entre os poderes, criando obstáculos ao efetivo exercício da jurisdição, embaraçando o cumprimento das diligências então determinadas, tendo-se impedido, inclusive, o ingresso de Oficial de Justiça no Parlamento”.

No momento, a decisão da Alerj está suspensa por liminar, e os deputados seguem presos. Se a sessão for anulada, a Alerj precisará realizar outra votação para deliberar sobre a prisão dos peemedebistas.

Deputados estaduais, empresários e intermediários são acusados de manter uma caixinha de propina destinada à compra de decisões na Alerj para empresas do setor de transportes. O esquema, concluíram os investigadores, teria começado nos anos 1990, quando o ex-governador Sérgio Cabral presidia a Casa, e hoje seria comandado pelo atual presidente, deputado Jorge Picciani, por seu antecessor, deputado Paulo Melo, e pelo líder do governo Edson Albertassi, caciques do PMDB fluminense.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Picciani e Melo receberam, juntos, R$ 131,5 milhões em propinas da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) entre 2010 e março de 2017. A investigação aponta que o presidente da Alerj foi o destinatário de R$ 77,2 milhões até este ano, enquanto Melo arrecadou R$ 54,3 milhões até 2015, último ano de sua gestão na presidência da Alerj.

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Por que desprendimento de iceberg gigante na Patagônia intriga cientistas

© Foto: AFP O iceberg foi visto pela primeira vez no dia 27 de novembro

Um iceberg gigante que se desprendeu da geleira Grey, no sul do Chile, pegou de surpresa autoridades locais e está intrigando especialistas.

Funcionários da Corporação Florestal Nacional, entidade vinculada ao governo que responde pela política florestal do país, afirmam ter se deparado com o fenômeno na última segunda-feira.

O glaciar é uma das formações de gelo do Parque Nacional Torres del Paine, uma área formada por montanhas, lagos e geleiras na Patagônia chilena.

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Encontrar blocos de gelo soltos na região não é incomum, mas esse caso foi classificado como "especial".

De acordo com o glaciologista Andrés Rivera, há algum tempo não era visto um iceberg com características tão particulares.

"É um iceberg muito grande, por sua forma e dimensão", disse ele, especialista do Centro de Investigações Científicas chileno.

Mapa mostra a localização da geleira, que, segundo especialistas, tem sofrido perda de massa e diminuiu nos últimos anos© Foto: Fornecida por BBC Mapa mostra a localização da geleira, que, segundo especialistas, tem sofrido perda de massa e diminuiu nos últimos anos
O especialista detalhou quais características tornam esse iceberg tão inusitado:

1. Seu tamanho
Análises preliminares indicam que o iceberg tem cerca de 350 metros de comprimento por 300 metros de largura, o que significa uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados.

Para efeito de comparação, seria algo equivalente a 16 campos de futebol profissional.

"Sempre há a liberação de icebergs, mas essa geleira tem sofrido recuos e perdido massa praticamente durante todo o século 20. E isso se acelerou na última década", observa Rivera.

No caso do glaciar Grey, o especialista atribui esse grande desprendimento à perda de massa do gelo originado recentemente.

EPA Imagem mostra bloco de gelo que se soltou da geleira Grey O bloco de gelo visto no Parque Nacional Torres del Paine tem o formato de mesa, considerado incomum para icebergs 1

2. Seu formato incomum
É muito comum a formação de grandes blocos de gelo ou icebergs, mas não como o visto nesta semana.

Ele tem uma forma muito retangular, ao contrário da maioria dos icebergs, que são muito irregulares.

"Em geral, eles (os icebergs) são menores e têm características complexas, mas não um formato de mesa. O nome desse tipo de iceberg é tabular. Não há muitos vistos com esse formato. É um fenômeno incomum", explica Rivera.

Já foram registrados desprendimentos maiores que este na geleira Grey, especificamente em 1997 e 2011. A diferença é que nesses dois casos foram produzidas dezenas de icebergs, e não apenas um com esse formato.

"A grande surpresa deste caso é que se gerou um grande bloco tabular", diz o glaciologista.

3. O risco de fragmentação
Enquanto esse iceberg permanecer como um bloco grande de gelo, ele não representa perigo.

Mas os especialistas acreditam que, ao ficar à deriva e sujeito a um derretimento natural, ele se fragmentará nas próximas semanas - e isso traz riscos.

Um deles é à navegação de embarcações turísticas, que representam uma das principais fontes de renda para a economia local.

"Esses lagos são visitados por milhares de turistas, e a presença de icebergs pode impedir e dificultar o deslocamento dessas embarcações", disse Rivera.

O glaciologista Ricardo Jaña, do Instituto Antártico Chileno, concorda que o iceberg pode ser uma ameaça quando houver a desfragmentação, segundo apontou em um comunicado.

De 1945 até hoje foram perdidos cerca de 500 quilômetros quadrados na área de gelo da América do Sul, segundo Rivera, o que tem efeitos colaterais nas encostas de terra que estão descobertas.

"À medida que ocorrem esses desprendimentos, essas encostas ficam instáveis, e há a queda de rochas. É um risco geológico importante."

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PF faz buscas na casa de ex-governador do Alagoas

© Divulgação O ex-governador do Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB)

A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), deflagrou nesta quinta-feira a Operação Caribdis, no estado do Alagoas. Entre os investigados estão o ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), seu secretário de infraestrutura e alvos ligados a empresas e órgãos públicos.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas em Maceió, na área metropolitana da capital alagoana, além das cidades de Salvador(BA), Limeira (SP) e Brasília (DF).

Em nota, a PF informou que a ação tem como objetivo complementar as provas colhidas durante um inquérito que apura a suposta prática dos crimes de fraude a licitação, desvio de verbas públicas (peculato), corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, todos relacionados à obra do Canal do Sertão Alagoano. Os atos ilícitos teriam ocorrido entre os anos de 2009 e 2014.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a PF a utilizar provas decorrentes de colaborações premiadas de pessoas relacionadas à construtora Norberto Odebrecht no procedimento investigativo.

A elas foram somados relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), que constatavam sobrepreço em contrato firmado entre o governo de Alagoas e a empresa no montante de mais de 33 milhões de reais. Todo o material apreendido será encaminhado à Superintendência da PF do estado, onde será analisado. A soma das penas máximas atribuídas aos delitos citados pode chegar a mais 46 anos de prisão.

por Mateus Feitosa
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PF cumpre mandado de busca e apreensão no apartamento de ex-assessor do TCM

Agentes estiveram no prédio de Sérgio Lopes Tadeu, em Copacabana, na manhã desta quinta-feira

Rio - A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento de Sérgio Lopes Tadeu, ex-assessor do Tribunal de Contas do Município (TCM), em Copacabana, Zona Sul do Rio, na manhã desta quinta-feira. Por volta das 8h, os agentes foram ao local acompanhados de uma equipe do Ministério Público Federal (MPF) e levaram arquivos, um malote e um computador.

Sérgio Tadeu foi citado na delação da empreiteira OAS e teve a exoneração publicada em agosto, no Diário Oficial do Município. Ele era braço-direito do presidente do tribunal, Thiers Montebello. O ex-assessor é acusado de integrar o esquema criminoso que levou preso o secretário de Obras do ex-prefeito Eduardo Paes, Alexandre Pinto.

De acordo com as investigações, Alexandre cobrava propina do consórcio responsável pelas obras do corredor Transcarioca do BRT e também da drenagem de córregos da vacia de Jacarepaguá.

Em nota, o TCM informou que Montebello está embarcando para um evento fora do Rio nesta manhã. O órgão destacou que vai aguardar as investigações e que "não tem como se pronunciar", pois não "foi informado de nada".

"Sérgio Tadeu não é mais funcionário do Tribunal de Contas do Município desde 11 de agosto passado, quando, a pedido, foi exonerado do cargo que ocupava há mais de 20 anos nesta Corte de Contas, em virtude de alusão de seu nome em matéria jornalística veiculada pela mídia", lembrou.

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Mulher faz 50 plásticas para ficar igual Angelina Jolie e é atacada na web

Nas redes sociais, internautas compararam iraniana de 29 anos com a personagem Noiva Cadáver

Irã - Uma iraniana de 29 anos está fazendo sucesso nas redes sociais e na imprensa mundial após passar por 50 cirurgias plásticas para ficar parecida com a atriz de Hollywood Angelina Jolie, de 42 anos.

Sahar Tabar fez diversas plásticas para ficar parecida com Angelina Jolie - Reprodução

Segundo a CNN turca, Sahar Tabar tem obsessão pela artista e chegou a perder 40 quilos para imitar sua magreza. Porém, os procedimentos estéticos não agradaram incontáveis seguidores da jovem, que a chamam de "monstro", "aberração" e a comparam com outra 'estrela do cinema', a personagem do desenho "Noiva Cadáver".

Sahar Tabar antes de cirurgia - Reprodução Instragram

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Indireta? Léo Moura faz suposta provocação ao Flamengo: 'Nós cheiramos a título'

Lateral fez um vídeo após a final da Libertadores ainda dentro do campo

Argentina - O lateral Léo Moura, atualmente no Grêmio, provocou no Instagram o seu ex-clube, o Flamengo, logo após ser campeão da Copa Libertadores. Ainda dentro de campo, o jogador usou a rede social para mandar uma indireta ao Rubro-Negro. Confira o vídeo!



Um detalhe do vídeo polêmico é que Léo Moura estava ao lado de Paulo Victor, ex-Flamengo e também no Tricolor Gaúcho. O jogador disse e repetiu:

"Nós cheiramos a título! Nós cheiramos a título", disse, em suposta referência ao "cheirinho do hepta", cantado pela torcida do Flamengo em 2016, por conta da boa campanha do Brasileiro, mas que não rendeu o título.

Léo Moura se manifestou e negou que tenha agido para provocar o Flamengo. O lateral se declarou flamenguista mais uma vez.

"Vou falar logo. Não tem nada de alfinetar o Flamengo. Eu sou flamenguista de coração. Está de sacanagem? Eu sou flamenguista. Eu falei que a gente cheira título, porque a gente cheira mesmo. Por onde passei, em dez anos, eu ganhei muito", disse em vídeo no Instagram.

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PM e MP fazem operação para prender traficantes e policiais

Nove policiais e cinco traficantes foram presos, além de oito mandados de prisão cumpridos contra PMs e criminosos que estão na cadeia. Militares recebiam propina do tráfico de drogas, além de vender armas

Rio - A Polícia Militar e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) realizaram, na manhã desta quinta-feira, uma operação para prender criminosos e PMs acusados de receber propina do tráfico e vender armas para os bandidos. Nove policiais e cinco traficantes foram presos. Também foram cumpridos oito mandados de prisão contra policiais e traficantes que já estavam presos. Dois dos PMs alvos da ação foram detidos na operação Calabar, realizada em junho deste ano.

Ao todo, os policiais buscavam cumprir 39 mandados de prisão, sendo 16 contra militares lotados no 12º BPM (Niterói), no 7º BPM (São Gonçalo), no 35º BPM (Itaboraí) e no Batalhão de Choque. Não há oficiais da PM entre os presos e procurados.

Operação procura policiais e traficantes envolvidos com crime organizado - Reprodução TV Globo

Na comunidade da Grota, no bairro de São Francisco, em Niterói, houve confronto entre policiais e traficantes. Um suspeito morreu e outros oito foram presos em flagrante. Onze armas foram apreendidas.

Arrego e revenda de armas
Os policiais são acusados de "arrego", que é receber dinheiro para não reprimir o tráfico de drogas na região. Segundo a denúncia do MP, os PMs vendiam armas que apreendiam em incursões a traficantes. O órgão destacou que eles recebiam informações de informantes, os conhecidos como 'x-9s', sobre atividades ilícitas praticadas por outros traficantes para localizá-los e extorqui-los.

A operação tem ainda o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos suspeitos e, no caso dos PMs, em seus carros particulares, nas viaturas e armários nos batalhões. De acordo com o MP, os criminosos atuam nas comunidades do Sapê, Badu, Largo da Batalha, Morro da Cocada, Bromélia, Morro do Céu, Barraca Azul, Caju, Ponte Amarela, Mirante, Lajão e Complexo do Caramujo.

A operação surgiu após investigações da Corregedoria da Polícia Militar e de um procedimento de investigação do próprio MP. Um dos chefes da quadrilha, Julio Cesar Silva Cardoso, o 'Nhanhão', determinava a quais policiais seria pago o “arrego”. Já Pedro Paulo Matheus Gremion, o 'Sagaz', que mesmo preso em Bangu 3, continua a ocupar o cargo de chefe do tráfico de drogas nas localidades Carobinha e Santa Luzia, em Niterói.

O MP explicou que os PMs foram acusados de organização criminosa para a prática de tráfico de armas, corrupção passiva, prevaricação, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Enquanto isso, os traficantes foram denunciados por organização criminosa para prática de tráfico de entorpecentes e de armas, roubos, receptação e corrupção ativa.

Megaoperação contra 96 PMs
Em junho, a Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo realizou a Operação Calabar para cumprir mandados de prisão contra 96 PMs e 70 acusados de envolvimento com tráfico de drogas. Foi a maior operação contra a corrupção na Polícia Militar já realizada na história do Rio.

Os militares eram lotados no 7º BPM (São Gonçalo) entre 2014 e 2016 e são acusados de receber propina, que era chamada por eles de "meta", além de venda de armas para 41 comunidades, entre elas Salgueiro, Santa Luzia, Santa Izabel, Jóquei, Jardim Catarina, Ocupação Coruja e Alto dos Mineiros, todas naquele município.

Na ocasião, a polícia informou que cumpriu 63 mandados de prisão contra PMs, sendo que seis estavam presos por outros crimes. Já contra traficantes foram 22 mandados cumpridos, mas 15 já estavam atrás das grades.

por Jonathan Ferreira
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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Justiça liberta Rosinha Garotinho

Ex-governadora do Rio foi liberada por unanimidade

Rio - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por unanimidade, decidiu, agora há pouco, libertar a ex-governadora Rosinha Garotinho. 

Ela foi presa dia 22 de novembro por suspeita de financiamento ilegal de campanha e propina no reduto eleitoral da família em Campos. 

A corte vai julgar ainda se também vai conceder a liberdade a Anthony Garotinho, que está preso em Bangu 8.

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por Adriana Cruz
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Egídio deixa o Palmeiras e acerta retorno ao Cruzeiro

© Fornecido por Areté Editorial S/A Egídio foi bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014 (Foto: Washington Alves/Vipcomm)

De saída do Palmeiras, o lateral-esquerdo Egídio jogará no Cruzeiro a partir de 2018. Ele assinará contrato válido por duas temporadas com a equipe mineira.

O próprio Egídio e Itair Machado, que assumirá como vice-presidente da Raposa em janeiro, confirmaram o acordo ao LANCE!. A notícia foi divulgada inicialmente pela Rádio Itatiaia.

O jogador de 31 anos tem contrato com o Verdão até 31 de dezembro deste ano, mas já não vinha sendo relacionado para os jogos da equipe.

Ele vinha sofrendo há tempos com críticas da torcida, sobretudo depois de errar um pênalti contra o Barcelona de Guayaquil (ECU), pela Libertadores. No mês passado, foi multado pela diretoria por xingar um torcedor que o hostilizou no aeroporto. A situação já era considerada insustentável pelo clube.

De qualquer forma, Egídio fez 102 jogos, marcou três gols e conquistou dois títulos no Palmeiras: a Copa do Brasil de 2015 e o Brasileirão de 2016. No Cruzeiro, clube para o qual retorna agora, ele já havia conquistado o Brasileiro em 2013 e em 2014.

Curiosamente, Egídio chegará a Belo Horizonte para substituir Diogo Barbosa, vendido justamente ao Palmeiras.

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por Fellipe Lucena
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Extra é condenado em R$ 458 mil por constranger menino negro

© Divulgação A varejista argumentou que os depoimentos das testemunhas eram contraditórios

O Extra foi condenado a pagar uma multa de 458.240 reais por constrangimento a uma criança negra de 10 anos, que foi obrigada a comprovar o pagamento de suas compras na unidade do hipermercado na Marginal Tietê, em São Paulo. A empresa recorria de uma decisão judicial anterior, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) decidiu manter a penalidade.

O caso aconteceu em 13 de janeiro de 2011, quando um funcionário conduziu o menino, desacompanhado de um responsável, ao interior de uma sala para prestar esclarecimentos sobre um suposto furto. A criança foi mantida confinada no local, onde foi questionada por empregados da loja, mesmo após a apresentação da nota fiscal.

O Procon-SP foi responsável por mover a ação contra o supermercado. No auto de infração da época, o órgão de defesa do consumidor alegou que o Extra teria se aproveitado da inexperiência do menor de idade, cerceando sua liberdade.

O supermercado argumentou não ser responsável pela administração da loja, que era operada pela Novasoc Comercial Ltda. Segundo o Extra, eles teriam apenas um depósito no local. Entretanto, para a relatora do processo, Flora Maria Nesi Tossi Silva, ambas empresas são parceiras de negócio “não se pode, portanto, pretender isentar de responsabilidade, sob argumento de quem seria o administrador da sede onde ocorreram os fatos”.

Neste mesmo caso, o Extra também foi acusado pelo crime de racismo e segregação da pessoa negra. Durante a investigação, a empresa alegou que não poderia ser julgada duas vezes pelo mesmo fato. Mas no entendimento da relatora “ensejar eventuais penalidades administrativas a serem aplicadas pela prática de atos de discriminação racial não retira a legitimidade da Fundação Procon para apurar e sancionar as condutas que violam o Código de Defesa do Consumidor, considerando a esfera de atuação distinta de ambas as frentes”.

Em sua defesa, o Extra também apontou inconsistências nas provas que serviram de base para aplicação da penalidade. Para a varejista, os depoimentos das testemunhas eram contraditórios.

“A impugnação da empresa autora, limita-se, basicamente, a afirmar que as crianças estariam mentindo e que seus funcionários estariam falando a verdade. Ocorre, no entanto, que a materialidade e autoria do crime de constrangimento ilegal, cárcere privado e injúria, foram devidamente apurados em inquérito policial”, escreveu a relatora do processo.

Versão da empresa
Procurado pela reportagem de VEJA, o Extra informou que não comenta casos em andamento.

por Thaís Augusto
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Como foi o teste do míssil com o qual a Coreia do Norte diz poder atingir todo o território dos EUA

© Reuters Testes de mísseis na Coreia do Norte, como esse lançamento fotografado em julho, têm se repetido este ano e preocupado a comunidade internacional

A Coreia do Norte declarou que testou com sucesso um novo tipo de míssil balístico capaz de atingir todo o território continental dos Estados Unidos.

A TV estatal sustentou que, com isso, Pyongyang concretizou sua missão de se tornar um Estado nuclear - afirmação da qual especialistas discordam.

O míssil Hwasong-15, apontado como o mais poderoso do país, foi lançado secretamente em um teste na madrugada desta quarta-feira, no horário local.

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Ele caiu em águas japonesas, mas voou mais alto do que qualquer outro míssil já testado pelo regime.

As informações foram apresentadas na TV estatal em uma transmissão especial ao realizada ao meio-dia, assim como em um relatório divulgado pela agência de notícias do país, a KCNA.

© Reuters Informações sobre o teste foram lidas na TV pela apresentadora norte-coreana Ri Chun Hee, normalmente responsável pelos comunicados importantes

O que exatamente a Coreia do Norte está dizendo?
Pyongyang afirma que o míssil alcançou 4.475 quilômetros de altitude e voou 950 quilômetros em 53 minutos - números próximos das estimativas independentes feitas pelo Exército da Coreia do Sul.

O projétil, disparado a partir de uma área com declive, não sobrevoou o Japão, como ocorreu com outros testes realizados no últimos meses, e caiu a cerca de 250 quilômetros da costa norte, de acordo com autoridades japonesas.

A Coreia do Norte já havia afirmado que seus projéteis poderiam atingir os Estados Unidos, mas essa é a primeira vez que o país diz poder fazer isso com esse novo tipo de míssil, que parece uma versão melhorada dos anteriores.

A KCNA acrescentou que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que aprovou pessoalmente o lançamento, declarou com orgulho que a Coreia do Norte finalmente alcançou seu grande objetivo histórico de concluir a força nuclear estatal, o objetivo de contruir mísseis potentes."

O relatório disse que "enquanto uma força nuclear responsável e um Estado pacífico, a Coreia do Norte faria todos os esforços possíveis para servir ao nobre propósito de defender a paz e a estabilidade do mundo".

O documento apontou que as armas do país, descritas como uma defesa contra "a política de chantagem nuclear dos imperialistas dos EUA", "não representariam ameaça para nenhum país" enquanto os interesses norte-coreanos não fossem violados.

© Reuters Kim Jong-un declarou que os mísseis não representariam qualquer ameaça enquanto os interesses de seu país não fossem violados

O míssil poderia realmente atingir os Estados Unidos?

Uma análise feita pela Union of Concerned Scientist, ONG sediada nos EUA, considera que o míssil poderia ter viajado mais de 13 mil quilômetros se seguisse uma trajetória normal, chegando assim a "qualquer parte dos EUA continentais".

Mas acrescentou ser provável que tenha carregado uma imitação de ogiva muito leve - o que significa que poderia não ter força o suficiente para transportar uma carga nuclear, muito mais pesada, a essa mesma distância.

A Coreia do Norte, por sua vez, sustenta que o Hwasong-15 poderia chegar ao continente dos EUA carregando uma "ogiva muito grande e pesada".

Especialistas acreditam que o país ainda esteja de dois a três anos distante de seu objetivo de ser capaz de transportar uma ogiva nuclear com sucesso usando um míssil balístico intercontinental.

Isso envolve algumas das mais delicadas e desafiadoras tecnologias - um do riscos ao introduzir uma arma nuclear em um míssil balístico intercontinental é o de a ogiva se desintegrar em sua reentrada na atmosfera.

Ninguém acredita realmente que a Coreia do Norte já superou esse desafio, afirma Paul Adams, correspondente da BBC em Seul.

Qual é a reação no mundo?
E quanto à declaração de Pyongyang de que os mísseis não representariam ameaça para nenhum país enquanto os interesses norte-coreanos não fossem violados?

Ela pode até soar como uma espécie de "sinal de paz", mas é provável que seja recebida com ceticismo pela comunidade internacional, avalia o repórter da BBC. Esses "interesses", afinal, incluem o desenvolvimento das armas mais destrutivas conhecidas pela humanidade.

A maioria dos especialistas não espera ver esmorecer a busca de Kim Jong-un por uma capacidade nuclear completa.

E isso quase certamente significa mais sanções e pressão por parte de outros países, liderados pelos Estados Unidos, que estão determinados a detê-lo.

© Reuters Vários países condenaram o teste realizado pela Coreia do Norte, entre eles os EUA

O teste desta quarta provocou uma rápida condenação internacional. O Conselho de Segurança da ONU deve convocar uma sessão de emergência para discutir o assunto.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que o lançamento violou sanções e mostrou "desprezo total pela visão de uma comunidade internacional unida".

Antes da declaração da Coreia do Norte ser divulgada, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse que esse míssil "foi mais alto do que os anteriores" e ressaltou que a Coreia do Norte representa uma ameaça mundial.

O presidente Donald Trump foi informado enquanto o míssil ainda estava no ar, segundo a Casa Branca. Depois, ele disse: "Vamos cuidar disso".

Japão e Coreia do Sul condenaram o teste - esta deu início a um teste de mísseis em resposta.

O lançamento norte-coreano é apenas o último de uma série de testes que aumentaram as tensões para níveis sem precedentes, já que o país ignora as críticas e continua a desenvolver seus programas nucleares e de mísseis.

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PF aponta que Aécio usava celulares de laranjas para fazer ligações

© Marcos Oliveira/Agência Senado A PF solicitou os dados às operadoras de telefonia TIM e Vivo para identificar quem eram os proprietários das duas linhas móveis disponíveis nos celulares encontrados na casa de Aécio

A Polícia Federal elaborou um relatório após analisar objetos e documentos que foram apreendidos no apartamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), no Rio de Janeiro, em 18 de maio. Segundo o documento, há indícios de que o tucano usava dois celulares com linhas telefônicas supostamente registradas em nome de laranjas para fazer ligações sigilosas.

O advogado responsável pela defesa de Aécio, Alberto Toron, disse em entrevista ao G1 que não poderia comentar as conclusões do relatório da PF porque não teve acesso ao relatório. "Eu não tive acesso ao documento. Para responder qualquer coisa, teria que consultar Aécio para ter meios de responder. Sem falar com ele, é absolutamente impossível responder qualquer coisa a esse respeito", disse Toron.

A perícia da Polícia Federal revela que foram encontrados "aparelhos celulares simples" na sala de TV e no closet do apartamento de Aécio localizado no bairro de Ipanema. Os agentes também cumpriram mandados de apreensão em endereços ligados ao parlamentar tucano na capital fluminense, em Brasília e em Minas Gerais.

Segundo a perícia, entre as dezenas de itens recolhidos pelos policiais no imóvel do senador tucano, estavam um celular Nokia e outro LG. "Pelas descrições dos itens 20 e 25 acima, tratam-se de aparelhos telefônicos simples/descartáveis normalmente utilizados para conversas ponto-aponto (análogo a uma rede fechada) com pessoas determinadas/restritas de modo a evitar eventuais vazamentos do número utilizado na ligação, visando a maximização do sigilo das ligações."

O G1 explica que a Polícia Federal solicitou os dados às operadoras de telefonia TIM e Vivo para identificar quem eram os proprietários das duas linhas móveis disponíveis nos celulares encontrados na casa de Aécio. As empresas informaram que os telefones pré-pagos estavam registrados em nome de duas pessoas diferentes: Laércio de Oliveira, agricultor que trabalha no cultivo de café em fazendas do interior de Minas, e Mitil Ilchaer Silva Durao, montador de andaimes com endereço registrado no Espírito Santo.

A PF destaca que Laércio de Oliveira "é uma pessoa simples, agricultor de café que, em tese, não pertence ao convívio social" de Aécio, sugerindo que os dados pessoais do agricultor podem "ter sido usados para habilitação da linha sem o seu consentimento".

Além disso, os peritos descobriram que um dos aparelhos já havia sido registrado em nome de pessoas que tinham vínculos empregatícios com a irmã de Aécio, a jornalista Andréa Neves: Valquiria Julia da Silva, trabalha como empregada doméstica de Andréa Neves desde 2009, e Agnaldo Soares, trabalhou como motorista da irmã de Aécio no ano passado.

O relatório da Polícia Federal considera que os titulares das linhas telefônicas identificadas nos celulares apreendidos são "pessoas simples" e que não se pode "descartar a possibilidade" de terem sido habilitadas "sem o consentimento deles".

O perito responsável pelo parecer também destaca que os últimos registros de ligações realizadas por aqueles aparelhos "não denotam ser de pessoas de convívio social de assinantes daquelas linhas".

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O teletransporte já existe, mas apenas de partículas individuais


Não é a primeira vez que escrevemos aqui no Hype sobre teletransporte. Enquanto ainda não somos capazes de magicamente transportar pessoas de uma localidade até outra, o teletransporte quântico – de partículas – é real já faz alguns anos.

Segundo o professor de física e matemática da Universidade de Columbia e cofundador do World Science Festival, Brian Greene, essa versão do teletransporte é usada rotineiramente por cientistas.

Por exemplo, o físico Anton Zeilinger habitualmente teletransporta partículas de Tenerife para La Palma, nas Ilhas Canárias. Além deste grupo de pesquisa espanhol-canadense, um grupo chinês também já realizou a façanha diversas vezes.

Emanharamento quântico
Por enquanto, só podemos teletransportar partículas individuais. Podemos pegar uma partícula em um local e, em certo sentido, criar uma versão idêntica, com exatamente as mesmas propriedades, e exatamente o mesmo estado quântico, em outro lugar.

Isso significa, em essência, que você passou uma partícula que estava em um lugar para outro. E, de fato, o próprio processo destrói a partícula inicial. Assim, a única versão dessa partícula que existe quando o processo acaba é aquela que foi criada na segunda localidade.

Essa explicação não se aprofunda no fenômeno utilizado para alcançarmos sucesso nesta empreitada: o emanharamento quântico. Você pode ler sobre ele aqui. Além disso, deixa de lado questões éticas do teletransporte – conheça algumas.

E quando seremos capazes de teletransportar pessoas?

Provavelmente, vai demorar bastante.

Os procedimentos usados em partículas individuais simplesmente não podem ser escalados para mais e mais partículas, ainda.

Mas quem sabe? Greene sugere que daqui a 500 ou 1.000 anos, talvez exista algo que humanos possam experimentar.

“Se acontecer em nosso tempo de vida, eu posso te dizer uma coisa com certeza – não serei a primeira pessoa a entrar nesse dispositivo”, brinca. [BusinessInsider]

por Natasha Romanzoti
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Governo retira 800 mil litros de azeite de oliva do mercado e autua 84 empresas

Pixabay

O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento retirou do mercado 800 mil litros de azeite de oliva impróprios para o consumo, com indícios de fraude, de 64 marcas e 84 empresas brasileiras. Nesses produtos foi confirmada a presença de azeite "lampante" (não refinado) e outros óleos, como a soja, não permitidos pela legislação

De acordo com a auditora fiscal federal agropecuária Fátima Parizzi, coordenadora geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), de abril até novembro de 2017 foram fiscalizadas 76 marcas e realizadas 240 ações fiscais em todo o país.

As amostras coletadas foram enviadas para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), laboratório oficial do ministério, no Rio Grande do Sul. Das amostras enviadas, 33 estavam dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Mapa, enquanto 43 estavam fora dos padrões (reprovadas). A comercialização foi suspensa e os produtos retirados do mercado.

Além das disparidades qualitativas relacionadas ao produto foram identificadas irregularidades na rotulagem, contendo informações incorretas ou dúbias quanto à composição do produto envasilhado, o que resultou na retirada de 380 mil litros do mercado.

As informações sobre as empresas fraudadoras foram repassadas aos Ministérios Públicos Estaduais e também ao Federal. De acordo com o ministério, até o momento, foram assinados quatro Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) no Paraná. Em outros estados estão em andamento processos de investigação que levarão a novas ações corretivas e punições.

Na hora da compra
O Ministério orienta os consumidores a ficarem atentos à denominação de venda do produto, descrito no rótulo frontal, uma vez que as empresas induzem o consumidor a erro. O termo “azeite de oliva” aparece em destaque, mas em letras miúdas constam as expressões “óleo misto ou composto, temperos e molhos”. Também é preciso que o consumidor esteja atento às promoções, pois um frasco de azeite de oliva contendo 500 ml raramente será comercializado com preços inferiores a R$ 10.

As informações relativas à qualidade do azeite de oliva virgem devem constar na vista principal do rótulo, lembrando que também poderá ser considerado virgem ou extra virgem. Para o azeite de oliva, quando descrito como um produto composto, devido a mistura de azeite de oliva virgem com o azeite de oliva refinado, deverá haver a informação no rótulo de ”tipo único”.

*Estagiária sob a supervisão de Lílian Beraldo
por Agência Brasil Júlia Buonafina*
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Pedidos de impeachment de Temer ficam parados nas mãos de Maia

Paulo Lopes/Futura Press

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, não analisou 25 pedidos de impeachment apresentados contra o presidente Michel Temer. Como presidente da Casa, Maia pode arquivá-los ou dar prosseguimento a eles.

Há um ano, o primeiro pedido foi apresentado. No total, já foram 26 pedidos – Maia arquivou apenas um, apresentado em fevereiro. Genérica, a peça tinha como alvo não apenas Temer mas também 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, ministros de Estado, o procurador-geral da República, prefeitos, vereadores, OAB e demais gestores públicos “que desonram o Código de Ética da Magistratura.”

Os três primeiros pedidos foram apresentados entre novembro e dezembro de 2016 e diziam respeito à acusação feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. Ele afirmou que o presidente o pressionou para liberar a construção de um apartamento de Geddel Vieira de Lima em Salvador.

Após a divulgação da delação da JBS, em maio deste ano, 22 novos pedidos foram apresentados por parlamentares, professores universitários, membros de sindicatos e advogados.

O principal pedido foi apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil uma semana após a divulgação da delação.

A legislação não determina prazo para que os pedidos sejam analisados. Próximo a Temer, Maia afirmou na segunda-feira, durante evento da revista “Veja”, que, se tivesse direito a voto, teria optado por barrar o prosseguimento das duas denúncias contra o presidente. As provas colhidas pelo Ministério Público, segundo ele, eram muito frágeis.

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terça-feira, 28 de novembro de 2017

General chinês comete suicídio após ser acusado de corrupção

Ele era um dos últimos alvos da campanha anticorrupção do presidente Xi, que envolve tanto o governo como o exército

Pequim - O general chinês Zhang Yang cometeu suicídio após ser acusado de corrupção, segundo anúncio feito pela agência estatal Xinhua, nesta teça-feira. Outros dirigentes chineses também foram investigados e acusados desde que o presidente Xi Jinping iniciou uma campanha de combate à corrupção há cinco anos.

Yang, membro da Comissão Militar Central, se enforcou em sua residência na última quinta-feira. O general era investigado por "grave violação da disciplina" e estava vinculado a outros militares destituídos por corrupção.

Ao centro, o general chinês Zhang Yang, que cometeu suicídio após ser acusado de corrupção - AFP

"Na investigação foi descoberto que Zhang Yang violou gravemente a disciplina e a lei. É suspeito de ter recebido subornos e não conseguiu explicar a procedência de bens de grande valor", afirmou a Xinhua.

O general Zhang era um dos últimos alvos da campanha anticorrupção do presidente Xi, que envolve tanto o governo como o exército. A operação já puniu 1,5 milhão de integrantes do Partido Comunista Chinês desde 2012, tanto a nível local como nacional, segundo números oficiais.

O general falecido era investigado por supostos vínculos com Guo Boxiong e Xu Caihou, dois ex-militares já punidos por corrupção.

A Comissão Militar Central, presidida por Xi Jinping, é o órgão político mais importante de supervisão das Forças Armadas chinesas.

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Corregedoria termina de ouvir agentes que fizeram buscas sobre juiz

Relatório será enviado à Polícia Federal, que investiga dossiê encomendado pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso, sobre Marcelo Bretas


Rio - A Corregedoria da Polícia Civil termina de ouvir os agentes que consultaram no portal da seguranças informações sobre o juiz Marcelo Bretas e seus familiares esta semana. Relatório será enviado à Polícia Federal, que investiga dossiê encomendado pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso.

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por Adriana Cruz
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Com cooperação de vários países, investigações fecham cerco a Ricardo Teixeira

Atualmente, o ex-dirigente está na mira da Justiça francesa, do FBI, de Andorra, do Brasil, da Suíça e da Espanha

Estados Unidos - Em 2016, o FBI enviou uma nota à Polícia Federal brasileira alertando que Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, havia viajado em um jato privado da CBF para um paraíso fiscal no Caribe. Na lista de convidados no voo, porém, aparecia o nome de outro brasileiro, desconhecido das autoridades: Murilo Ramos. Agora, com a cooperação da França, os norte-americanos descobriram que Ramos era, de fato, um dos representantes do banco Pasche, usado por Teixeira em Mônaco e instituição suspeita de ter sido usada para receber propinas do Catar para a Copa do Mundo de 2022.

Ricardo Teixeira está sendo investigado pelo FBI - Divulgação

Murilo Ramos atuava no Rio de Janeiro em uma espécie de representação do banco de Mônaco. Ele garantiu ao Estado que jamais entrou no voo citado pelo FBI. Mas o caso revela o papel da cooperação internacional no cerco que está sendo feito a Ricardo Teixeira.

Atualmente, o ex-dirigente está na mira da Justiça francesa, do FBI, de Andorra, do Brasil, da Suíça e da Espanha. Em cada uma das jurisdições é alvo de inquéritos sobre diferentes aspectos de sua gestão na CBF. Mas, segundo investigadores, as operações identificadas mostram ampla sofisticação e o quebra-cabeça começa a se compor graças à cooperação entre diferentes países.

Na Espanha, Ricardo Teixeira é suspeito de ter montado uma organização criminosa para desviar recursos dos amistosos da seleção brasileira. O esquema foi descoberto depois que passou a contar com a cooperação do Ministério Público de Andorra, que obrigou os bancos locais a apresentar os dados sobre as transações do brasileiro. Agora esse processo será transferido ao Brasil para que Teixeira possa eventualmente ser processado no País.

Nos Estados Unidos está sob análise o contrato que ele assinou com a Nike, além de propinas que teria recebido em troca de direitos de transmissão para torneios nacionais. O inquérito, nesse caso, tem a colaboração da Suíça, onde pelo menos três contas bancárias ligadas a ele foram descobertas.

A suspeita é de que Ricardo Teixeira seja o elo entre o Catar e o pagamento de propinas entre dirigentes, em 2010, com transferências a partir de Mônaco direcionadas a Nicolás Leoz, Jack Warner e Mohamed Bin Hammam, todos ex-cartolas da Fifa banidos do futebol. Esses dados, por sua vez, estariam com a Justiça francesa, que colabora com o FBI e a Justiça brasileira para fechar o cerco.

O que fica claro pelas investigações é que Ricardo Teixeira contou com a ajuda dos próprios bancos para escapar de um controle maior. Em entrevista ao Estado, a ex-gerente de contas do banco Pasche, Celine Martinelli, revelou que tinha ordens de seus superiores para esconder nos documentos oficiais os cargos de Teixeira no futebol e omitir qualquer relação que pudesse chamar a atenção das autoridades. Ela afirma que se recusou a assinar um crédito para o brasileiro nestas condições

OBSTÁCULO - Um dos obstáculos nas investigações, porém, é o Brasil. Decisão de uma juíza federal do Rio de Janeiro, em 2015, proíbe o MPF de trocar informações sobre o ex-cartola com a Justiça norte-americana. O MPF entrou com um recurso e aguarda uma decisão do STF.

Mesmo assim, uma das revelações da troca de informações pode ainda respingar na atual gestão da CBF. Em um e-mail da direção da instituição a um hotel de luxo em Montecarlo em 2014, por exemplo, solicita-se duas reservas de quartos. Uma em nome de Ricardo Teixeira e outra em nome de Murilo Ramos, que já não trabalha mais no banco.

Ao Estado, Murilo Ramos confirmou que trabalhou nesta posição e que, por Ricardo Teixeira ser cliente do Pasche, era "obrigado" a receber o ex-cartola para falar de suas aplicações e opções de investimentos. Mas insiste que a conta foi aberta antes de sua chegada ao banco e que a decisão não partiu dele.

Murilo Ramos também aparece em uma lista que, em 2016, o FBI passou à Polícia Federal sobre um voo do jato privado da CBF entre os Estados Unidos e o Rio de Janeiro. A informação consta em um relatório paralelo que o presidente da CPI do Futebol, o senador Romário, preparou no ano passado. No jato estava Ricardo Teixeira, mesmo que já não ocupasse o cargo de presidente da entidade. A aeronave, entretanto, fez uma escala em um paraíso fiscal do Caribe, antes de seguir viagem ao Brasil.

"As informações partilhadas com a Polícia Federal, ressalte-se produzidas pelo Federal Bureau of Investigation - FBI, confirmam que o Cessna 680, prefixo PPAAD, chegou a Orlando, Flórida no dia 31 de janeiro de 2014, vindo de Boa Vista, Brasil (SBBV), com dois tripulantes, Giulio Munhões Marchetti e Sérgio Ferreira Siqueira", disse o relatório. "Segundo o FBI, a mesma aeronave saiu de Opa Locka, Flórida, no dia 10 de fevereiro de 2014, com os mesmos dois tripulantes e os seguintes passageiros: Murilo Ramos, Ricardo Terra Teixeira e sua filha Antonia Wigand Teixeira, com destino a Barbados e rota final Rio de Janeiro".

Murilo Ramos, porém, garante que jamais entrou em um avião ao lado de Ricardo Teixeira. Na ocasião do voo citado, diz que de fato estava nos Estados Unidos no mesmo período que o ex-presidente da CBF e que teria tido o seu voo de linha cancelado para retornar ao Brasil. Segundo ele, um convite havia sido feito para que embarcasse no jato privado. Mas ele teria recusado. Ramos garante ter comprovantes da Anac de que ele não estava na aeronave e que comprou um outro bilhete por outra empresa aérea.

A CPI, com ou sem Murilo Ramos no voo, apontou que existem "provas cabais quanto ao uso de aeronave vinculada à Confederação Brasileira de Futebol em viagens, por demais suspeitas, para países considerados verdadeiros paraísos fiscais, notadamente, Barbados".

"As circunstâncias de uma aeronave oficial da CBF voar para Barbados sem qualquer justificativa e, principalmente, com o ‘conveniente desconhecimento’ de Marco Polo Del Nero, conforme depoimento prestado à CPI, salvo melhor juízo, confirmam a tese de que o jato da entidade vem servindo para transporte de valores ocultos à fiscalização da lei, o que configura crime contra o sistema financeiro nacional (Lei 7.492/86), contra a ordem tributária (Lei 8.137/90), e de lavagem de dinheiro (Lei 9 613/98)", completou a CPI.

A defesa de Ricardo Teixeira insiste que a conta é declarada e que nela estão recursos "absolutamente lícitos". O banco Pasche não retornou os pedidos de esclarecimento feitos pelo Estado desde a semana passada.

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