terça-feira, 21 de novembro de 2017

'Está fazendo o que foi contratado para fazer', diz Janot sobre críticas de Segovia à delação da J&F

© Foto: Agência Brasil

BRASÍLIA - O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot criticou a fala do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, sobre a necessidade de mais tempo e transparência no processo de delação dos executivos da J&F. “Está fazendo o que foi contratado para fazer”, disse Janot aoEstado, sobre as críticas de Segovia à investigação que atingiu o presidente Michel Temer.

A delação da J&F opôs Planalto e Procuradoria-Geral da República (PGR) no final do mandato de Janot. Os advogados de Temer acusaram o ex-procurador-geral de agir de forma antiética. Janot utilizou a delação dos executivos do grupo nas duas denúncias que apresentou contra Temer em junho e em setembro.

Segundo Janot, a Polícia Federal “nunca pontuou” necessidade de mais tempo ou diligências para as investigações. “As interceptações e ações controladas da primeira denúncia foram feitas por quem? DPF”, afirmou o ex-procurador-geral. A Polícia Federal realizou, em parceria com a PGR, as ações controladas que flagraram, entre outras coisas, o recebimento de uma mala com R$ 500 mil pelo ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

“E aconselho a ele (Segovia) a leitura do relatório do DPF que instruiu a segunda denúncia. O delegado responsável pela investigação tem opinião diversa”, disse Janot. A denúncia oferecida pela PGR contra Temer em setembro, a segunda na gestão de Janot, usou relatório da Polícia Federal para concluir pelos crimes de formação de quadrilha e organização criminosa contra integrantes do núcleo do PMDB da Câmara, entre eles o presidente.

O relatório conclusivo da PF sobre o chamado “quadrilhão” do PMDB da Câmara indicou que o presidente recebeu R$ 31,5 milhões de vantagens por participar da organização criminosa formada por políticos, que teria atuado na Petrobrás e outros ramos da administração federal.

A Câmara dos Deputados barrou a tramitação das duas denúncias oferecidas por Janot contra o presidente.

Questionada sobre a fala de Janot, a assessoria de imprensa da PF disse que não tem "interesse em alimentar essa fogueira armada."

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