sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Joesley afirma que não recebeu orientação de ex-procurador para gravar Temer

A gravação do peemedebista, em uma conversa no Palácio do Jaburu, abriu a porta para que os empresários do grupo conseguissem negociar um acordo de delação premiada

Brasília - O empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, prestou depoimento de cerca de três horas na tarde desta quinta-feira na sede da Procuradoria-Geral da República no qual disse que não recebeu orientação do ex-procurador Marcelo Miller para gravar o presidente Michel Temer. A gravação do peemedebista, em uma conversa no Palácio do Jaburu, abriu a porta para que os empresários do grupo conseguissem negociar um acordo de delação premiada.

Joesley chegou a Brasília de manhã junto com o diretor jurídico do grupo Francisco de Assis e o diretor Ricardo Saud. No total, os executivos permaneceram quase 10 horas no local. Os três prestaram esclarecimentos à Procuradoria no procedimento que deve revogar o benefício de imunidade penal concedido aos delatores. Em gravação, Saud e Joesley falaram sobre uma suposta influência de Miller nas tratativas para a delação.

Aos procuradores, Joesley confirmou que conheceu Miller em data anterior à que ele foi exonerado da PGR. Segundo o empresário, no entanto, Marcelo Miller se apresentou como advogado e disse que já tinha pedido a exoneração do Ministério Público - o que só teve efeito oficialmente a partir de abril.

Segundo Joesley disse aos procuradores, Miller não trabalhou no acordo de delação nem quando deixou oficialmente o Ministério Público. Ele afirmou, no entanto, que conversou superficialmente com o ex-procurador sobre o acordo de delação. Na mesma época em que fez os contatos com Miller, Joesley buscava um nome para assumir a área de compliance e combate à corrupção da JBS.

O empresário minimizou as menções que fez durante a conversa gravada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro a ser ouvido foi o advogado Francisco de Assis, questionado sobre a relação com Miller, e o último foi Ricardo Saud.

O procedimento de revisão do acordo é conduzido pela subprocuradora Cláudia Marques. Nesta sexta-feira, ela irá ouvir Marcelo Miller. Ela também vai analisar informações do escritório Trech, Rossi e Watanabe - onde o procurador chegou a trabalhar após ser exonerado do Ministério Público. Janot concedeu inicialmente até esta sexta para que todos os esclarecimentos sejam prestados.

Com informações do Estadão Conteúdo
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário