quarta-feira, 12 de julho de 2017

MP pede prisão preventiva para ex-presidente do Peru e esposa

O pedido será analisado pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, que investiga as denúncias de propinas e contribuições irregulares no Peru pela Odebrecht

Ollanta Humala: Marcelo Odebrecht afirmou em abril que sua companhia deu US$ 3 mi para a campanha de Humala (foto/AFP)

Lima – O Ministério Público do Peru pediu nesta terça-feira que o ex-presidente do país Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, sejam presos preventivamente por supostamente terem recebido US$ 3 milhões da construtora brasileira Odebrecht para a campanha eleitoral de 2011.

A solicitação foi feita pelo promotor Germán Juárez, responsável pela investigação do escândalo, informaram fontes do Ministério Público à imprensa local.

“Confirma-se pedido de prisão preventiva para Ollanta Humala e Nadine Heredia”, informou o órgão em uma mensagem publicada no Twitter.

O Ministério Público acrescentou que a audiência na qual as partes serão ouvidas será realizada amanhã, às 10h (hora local; 12h de Brasília).

O pedido da promotoria será analisado pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, que investiga as denúncias de pagamento de propinas e contribuições irregulares no Peru pela Odebrecht.

Um dos advogados de Humala, Julio César Espinoza, declarou à emissora de rádio “RPP Noticias” que só soube do pedido do promotor “pela imprensa”.

“Não fomos notificados oficialmente, nem sabemos o conteúdo do requerimento. Estamos atentos para que isso ocorra para analisá-lo e discuti-lo como corresponde na audiência”, acrescentou.

O advogado disse que seus clientes pedem ao juiz “que atue de maneira imparcial e não influenciado por qualquer pressão” e lembrou que em novembro do ano passado também foi expedido um pedido de prisão preventiva para Heredia, mas o mesmo magistrado o rejeitou.

Em 25 de novembro, a promotoria peruana pediu prisão preventiva para a ex-primeira-dama depois que ela viajou para a Europa para assumir um cargo na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

No entanto, o juiz Richard Concepción Carhuancho rejeitou esse pedido após ouviar os argumentos das partes, mas ordenou o retorno imediato de Heredia, que acatou a medida e posteriormente renunciou ao cargo na ONU.

Heredia é investigada junto com Humala por lavagem de dinheiro em um suposto financiamento irregular do Partido Nacionalista Peruano (PNP), fundado e presidido por ela e o marido, durante as campanhas eleitorais de 2006 e 2011.

Entre as acusações está a de ter recebido dinheiro do falecido ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez para a campanha eleitoral de Humala em 2006 e das empresas brasileiras Odebrecht e OAS para a de 2011.

O empresário brasileiro Marcelo Odebrecht afirmou em abril que sua companhia deu US$ 3 milhões para a campanha de Humala de seis anos atrás.

Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário