segunda-feira, 22 de maio de 2017

Renan: se delator falasse comigo de propina ‘mandaria prendê-lo’

Senador diz que citação de delator a ele é 'fantasiosa", mas não perde a oportunidade de alfinetar novamente o presidente da República também citado

O presidente do Senado Renan Calheiros comanda sessão do segundo turno de votação, a PEC 55. A Proposta de Emenda à Constituição, chamada PEC do Teto, congela gastos federais pelos próximos 20 anos restringindo as despesas à inflação do ano anterior - 13/12-2016 (Evaristo Sá/AFP)

Um dos muitos políticos citados na delação premiada do grupo JBS, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não perdeu a oportunidade de mais uma vez se mostrar o aliado menos fiel do presidente Michel Temer (PMDB). Em nota enviada à imprensa, ele afirmou que, se Ricardo Saud “ou qualquer outro delator” lhe relatasse pagamentos de propina ou caixa 2, ele “mandaria prendê-lo”.

Ao falar sobre isso, o senador toca em um dos pontos mais sensíveis da crise política: o fato de uma gravação entregue por Joesley Batista à Procuradoria-Geral da República (PGR) mostrar o empresário relatar pagamentos de propina ao presidente, sem que este tenha reagido negativamente ou sequer informado às autoridades competentes. Michel Temer nega e justifica que apenas ouviu as “lamúrias” de um “fanfarrão” e que não acreditou que o empresário pudesse estar dizendo a verdade, ao explicar o porquê não o denunciou.

Na sexta-feira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente do Senado foi questionado se deixaria a base de apoio do presidente Temer. A resposta foi monossilábica: “Nunca entrei”. Nos últimos meses, apesar de ser filiado ao PMDB, ele se caracterizou pelas críticas contundentes às reformas trabalhista e da Previdência Social, adotados como os principais projetos do governo Temer.

Segundo Saud, ex-diretor da JBS, Renan teria feito parte de um grupo de senadores que receberam, juntos, mais de 35 milhões de reais do grupo. Na nota, ele classifica a delação como “fantasiosa” e nega que um encontro com o executivo em sua casa comprove sua participação. “O fato dele ter ido a minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos”, alegou.

Por Guilherme Venaglia
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