sexta-feira, 26 de maio de 2017

Físicos demonstram que entrelaçamento quântico é uma realidade física


Um dos fenômenos mais estranhos que você pode encontrar na ciência é o entrelaçamento quântico – quando duas partículas interagem de forma que ficam profundamente conectadas, e basicamente “compartilham” a existência, mesmo que estejam a anos-luz de distância.

Einstein, porém, não concordava com esta ideia, e decidiu que ela era muito estranha para ser real. Um novo experimento, porém, é a prova mais forte de que o entrelaçamento quântico é real.

Pesquisadores do MIT (EUA), Universidade de Viena (Áustria) e da China e Alemanha acabaram de fechar uma lacuna da mecânica quântica, relacionada ao entrelaçamento quântico. O estudo foi publicado na revista Physical Review Letters.

A lacuna que foi fechada é a da liberdade de escolha, que sugere que fatores humanos – como a montagem do experimento, a escolha das partículas que serão entrelaçadas e as propriedades que serão medidas, entre outros fatores – podem acabar dando destaque a algumas variáveis que mostram o entrelaçamento quântico quando ele não está presente.

“O ceticismo em relação à mecânica quântica diminuiu consideravelmente”, diz o pesquisador David Kaiser, professor de física no MIT. “Ainda não nos livramos dele, mas o diminuímos em 16 ordens de magnitudes”.

Para tentar ser o mais aleatório possível, o grupo de pesquisadores decidiu observar fótons muito antigos de estrelas distantes. Eles se concentraram em estrelas capazes de enviar fótons azuis e vermelhos em nossa direção. A mais próxima delas esta a 600 anos-luz da Terra. Ou seja, a luz levou 600 anos para chegar até nós.

O grupo instalou dois telescópios, um na Universidade de Viena e outro na Academia de Ciências da Áustria para receber fótons das estrelas, que foram então medidos. Aqui está a chave desse experimento: como a luz da estrela não se altera no caminho, isso significa que qualquer variável não-quântica escondida que está influenciando as partículas provavelmente aconteceu antes da luz ser emitida.

“Encontramos respostas consistentes com a mecânica quântica em um grau fortíssimo, totalmente fora de sintonia com previsões ao estilo de Einstein”, diz Keiser. “Todos os experimentos anteriores podem ter sido submetidos a esta estranha lacuna para explicar os resultados observados microssegundos antes de cada experimento, comparando com os nossos 600 anos. Então é uma diferença de um microssegundo para 600 anos, ou seja, 16 ordens de magnitude”, aponta ele.

O estudo não fechou completamente a lacuna da liberdade de escolha, mas pela primeira vez confirma que as características esquisitas da mecânica quântica já existiam pelo menos há 600 anos, e os pesquisadores agora querem aumentar este tempo de análise ainda mais.

Esse experimento é um exemplo de como melhoras na tecnologia nos ajudam a observar melhor o cosmos e entender como as coisas funcionam. [Futurism, Physical Review Letters, Science Alert]

por Juliana Blume
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário